
Republicanos terá que optar entre Efraim e a vice de João
Por Josival Pereira
O apoio do Republicanos à candidatura do deputado Efraim Morais (União Brasil) é tema de discussão desde que o prefeito Cícero Lucena e o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas) passaram a exigir unidade político-eleitoral no palanque do governador. Problema: o partido é da base governista (foto: principais lideranças com o governador João Azevedo), mas Efraim desgarrou para a oposição.
Inicialmente, o Progressistas exigiu o apoio integral aos candidatos do governador João Azevedo para Aguinaldo topar ser candidato ao Senado. Correram muitas negociações e, agora, mesmo sem a perspectiva de apoio, Aguinaldo deverá se lançar candidato.
O que mudou e qual será o desfecho dessa peleja política?
A mudança, ao que tudo indica, é que Aguinaldo se convenceu de que, no curso da campanha, poderá atrair o apoio das principais lideranças do Republicanos, embora o deputado Hugo Motta, presidente do partido na Paraíba, continue reafirmando o apoio da legenda a Efraim.
Perceba-se, porém, que outras lideranças do Republicanos não estão pulando fogueira com Efraim nas cidades do interior. Parece já haver um certo distanciamento, restando quase tão somente a presença de Hugo Motta.
E qual o possível despejo para essa peleja?
Portais, blogs e programas de rádio registram, nesta segunda-feira, declarações atribuídas ao deputado Hugo Motta considerando a possibilidade de o Republicanos não conseguir indicar o candidato a vice-governador na chapa de João Azevedo.
A avaliação de Motta faz sentido. Será praticamente impossível conciliar os interesses. A imprensa registra também que o presidente do Republicanos teria dito não aconselhar Efraim a cooptar adesões para seu candidato a governador, o deputado Pedro Cunha Lima. Como fazer campanha sem pedir votos para o principal aliado? E como subir no palanque do governador sem pedir votos para seu candidato a senador? Como ter dois palanques num Estado onde as disputas políticas sempre foram acirradas? Impossível.
Assim, o mais provável é que, até o período de realização das convenções, o Republicanos seja obrigado a fazer uma opção mais radical: manter o apoio a Efraim ou lançar o candidato a vice-governador na chapa do governador João Azevedo.
O governador talvez não tenha, dentro da conjuntura atual, melhores opções de candidatos a vice do que alguns nomes alojados no Republicanos nem talvez, noutra direção, seja prudente perder o apoio dessa legenda. Por outro lado, o Republicanos tem a palavra empenhada com Efraim, porém, ficará bem próximo de se embrenhar no poder lançando o vice de João do que ajudando a eleger um senador.
A verdade é que a disputa exigirá uma escolha. A roleta do poder está rolando.