
João Azevedo com Julian Lemos e seu PSL somam fome com a vontade de comer
Josival Pereira
O caso é o da configuração perfeita do ditado: a junção da fome com a vontade de comer.
É o que se pode deduzir das tratativas político-administrativas entre o deputado Julian Lemos, presidente estadual do PSL, e o governador João Azevedo (Cidadania).
Depois de aparecer em mais uma solenidade do governo (assinatura de atos para a área de segurança), o parlamentar foi mais uma vez cobrado, em entrevista ao programa Correio Debate (rádio 98.3 FM), a falar da proximidade política com o governo e não apenas administrativa.
O deputado Julian Lemos admitiu, então, que existe a perspectiva não apenas do seu apoio pessoal ao governador João Azevedo, mas também de o PSL vir a integrar a aliança que vai apresentar a candidatura governista. Garantiu já ter o aval da direção do partido para conduzir os entendimentos na Paraíba.
O governador João Azevedo, por sua vez, admitiu que a aliança com o PSL é possível, mas, citando o próprio deputado Julian Lemos, disse que primeiro é tempo de trabalhar e que o casamento político virá do resultado das ações administrativas.
O governador e o deputado do PSL ganham tempo porque têm consciência que ainda é muito cedo para o fechamento de alianças políticas e que é preciso esperar por definições nacionais. Mas os dois têm especial interesse que o PSL entre no bloco do governo.
E por que, então, o interesse?
Da parte do deputado Julian Lemos, abrir espaços mais seguros para tentar a reeleição. E o governador pode proporcionar novas bases eleitorais ao parlamentar.
Do lado do governador, conquistar o tempo de 1 minuto de televisão do PSL para a propaganda, além de ter em sua coligação mais um partido que não é de esquerda, assim o Democratas, por exemplo. A ideia é atrair partidos da direita para escapar da polarização e poder buscar votos de apoiadores de Lula, Bolsonaro, Ciro, Dória e qualquer outro candidato a presidente.
É isso que é a junção da fome com vontade de comer.